ORGULHO DE SER NORDESTINO

ORGULHO DE SER NORDESTINO

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A VIDA DE LUIZ GONZAGA

Luiz Gonzaga do Nascimento era filho de Januário 
José Santos, lavrador e sanfoneiro, e de Ana Batista
de Jesus, agricultora e dona de casa. Nasceu na 
cidade de Exu, Pernambuco, em 13 de dezembro
de 1912. Desde criança se interessou pela sanfona
de oito baixos do pai, a quem ajudava tocando
zabumba e cantando em festas religiosas, feiras e forrós.


Saiu de casa em 1930 para servir o exército como voluntário,
mas já era conhecido como sanfoneiro. Viajou pelo Brasil 
como corneteiro e, de vez em quando se apresentava em 
festas, tocando sanfona. Deu baixa em 1939 e foi morar no
Rio de Janeiro, levando sua primeira sanfona nova.

Passou a tocar nos mangues, no cais, em bares, nos cabarés 
da Lapa, além de se apresentar nas ruas, passando o 
chapéu para recolher dinheiro. Começou a participar de 
programas de calouros, inicialmente sem êxitos, até que, 
no programa de Ary Barroso, na Rádio Nacional, solou uma 
música sua, "Vira e mexe", e ficou em primeiro lugar. A partir 
de então, começou a participar de vários programas 
radiofônicos, inclusive gravando discos, como sanfoneiro, para 
outros artistas, até ser convidado para gravar como solista, em 1941.


Prosseguiu fazendo programas de rádios, que estavam no 
auge e tinham artistas contratados. Trabalhou na Rádio Clube 
do Brasil e na Rádio Tamoio, e prosseguia gravando seus 
mais de 50 solos de sanfona. Em 1943, já na Rádio Nacional, 
passou a se vestir como vaqueiro nordestino e começou a 
parceria com Miguel Lima, que colocou letra em "Vira e mexe", 
transformando-a em "Chamego", com bastante sucesso. Nessa 
época, recebeu de Paulo Gracindo o apelido de Lua.


  • Estátua de Luiz Gonzaga em Campina Grande, na Paraíba
Sua parceria com Miguel Lima decolou e várias músicas 
fizeram sucesso: "Dança, Mariquinha" e "Cortando Pano", 
"Penerô Xerém" e "Dezessete e Setecentos", agora 
gravadas pelo sanfoneiro e, também cantor, Luiz 
Lua Gonzaga. No mesmo ano, tornou-se parceiro do 
cearense Humberto Teixeira, com quem sedimentou o 
ritmo do baião, com músicas que tematizavam a cultura 
e os costumes nordestinos. Seus sucessos eram quase 
anuais: "Baião" e "Meu Pé de Serra" (1946), "Asa Branca" 
(1947), "Juazeiro" e "Mangaratiba" (1948) e "Paraíba" e 
"Baião de Dois" (1950).

Em 1945, assumiu a paternidade de Gonzaguinha, seu
filho com a cantora e dançarina Odaléia. E, em 1948, 
casou-se com Helena das Neves. Dois anos depois, 
conheceu Zé Dantas, seu novo parceiro, pois Teixeira 
cumpria mandato de deputado estadual, afastando-se 
da música. Já em 1950, fizeram sucesso com "Cintura 
Fina" e "A Volta da Asa Branca". Nessa década, a música 
nordestina viveu sua fase áurea e Luiz Gonzaga virou o 
Rei do Baião.


Outros ritmos, como a bossa-nova, subiram ao palco, 
e o Rei do Baião voltou a fazer shows pelo interior, sem 
perder a popularidade. Zé Dantas faleceu em 1962 e o 
rei fez parcerias com Hervê Cordovil, João Silva e outros. 
"Triste Partida" (1964), de Patativa do Assaré, foi também 
um grande sucesso. Suas músicas começaram a ser 
regravadas pelos jovens cantores: Geraldo Vandré, 
Gilberto Gil, Caetano Veloso, que o citavam como uma 
das influências. Durante os anos 70, fez shows no Teatro 
Municipal, de São Paulo e no Tereza Raquel, do Rio de Janeiro.



     Nos anos 80, sua carreira tomou novo impulso. Gravou 
com Raimundo Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, 
Milton Nascimento etc. Sua dupla com Gonzaguinha deu 
certo. Fizeram shows por todo o país com "A Vida de 
Viajante", passando a ser chamado de Gonzagão. Em 84, 
recebeu o primeiro disco de ouro com "Danado de Bom". 
Por esta época apresentou-se duas vezes na Europa; e 
começaram a surgir os livros sobre o homem simples e, 
por vezes, até ingênuo, que gravou 56 discos e compôs 
mais de 500 canções.


Luiz Gonzaga morreu em Recife (PE), em 2 de agosto de 1989.

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